01/02/13

Meio que sobre o Zico

Não achei necessário falar aqui sobre o Zico (embora tenha expressado a minha opinião assinando a petição e contribuindo para o movimento que se gerou a nível das redes sociais) porque acho que aquilo que escreveria é mais do que óbvio para o tipo de pessoas que imagino que vocês aí desse lado sejam.
Mas hoje vi a minha filha a pentear a Emma com a escova dela de quando era mesmo bebé (porque ela ainda é bebé mas já o foi muito mais...) e vi aquela cadela estouvada e abrutalhada a ter tanto cuidado com as patinhas que... juro-vos... vieram-me as lágrimas aos olhos.

Eu bem sei a despesa que os nossos cães nos dão, em tempos de crise.
Eu bem sei a chatice que é passeá-los à chuva, em pleno inverno super chuvoso como tem sido este.
Eu bem sei a trabalheira que dá manter a casa limpa para bem da Danoninha.
Eu bem sei a frustração que é tentar que os cães não façam barulho quando há uma criança de sono super leve a dormir que não convém mesmo nada que acorde.

Mas não nos passa pela cabeça nem por um milésimo de segundo que a nossa família fosse diferente. Por isso é que detesto todas as polémicas que surgem ocasionalmente, por cortesia dos meus colegas de profissão (ou melhor, ex-profissão) quando não há muito sobre o que falar, sobre o perigo que pode advir para as crianças por conviverem com animais ditos perigosos. Não estamos a falar de leões, ok? Nem estamos a falar, ou não deveríamos estar, de pais e donos completamente ausentes da equação.

Um pai/mãe é sempre responsável pelo seu filho. Um dono/dona é sempre responsável pelo seu cão. E ´tão simples quanto isto.

Se eu crio a minha filha rodeada de dois cães, também a educo para não os magoar, para não os assustar, para não lhes roubar comida ou brinquedos, etc etc etc. E se ensino aos meus cães comandos como "senta" e "fica" e outros que tal, também lhes faço saber que têm de respeitar a Danoninha por ser precisamente uma Dona+inha, isto é, mais uma Dona deles mas em miniatura. Eles não saltam para cima dela, não tocam nos brinquedos dela, nem interagem com ela usando o poderio a que recorrem connosco. Quando muito roubam-lhe ocasionalmente uma bolacha que ela esteja a comer, mas isso só a ensina a ser mais esperta e a não deixar a comida à mercê. Há muito a aprender, de parte a parte. E quem mais aprende sou eu - porque todos os dias dou valor à família que tenho, que construí e da qual me orgulho.

Quanto ao pobre Zico, e a tantos outros "Zicos", que pena que tenho de todas as vítimas - humanas e animais - da irresponsabilidade de quem deveria ser responsável.

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